Eu sou a Lenda fez parte dos livros que li na juventude e decidi ler novamente agora, já adulto e com livros publicados. Sempre disse que o livro de Metheson era uma das inspirações para o meu livro
Lucas: a Esperança do Último. O fato de um homem viver só após uma grande epidemia que matou todos os humanos da Terra foi o suficiente para que eu fizesse tal comparação.
Ao ler o livro novamente, percebi que eu pouco havia captado a mensagem do autor na minha primeira leitura. Muito além da doença que transformou as pessoas em vampiros,
Eu sou a Lenda é um livro sobre um homem lidando e lutando contra os seus
conflitos interno, tentando driblar a solidão e buscando sanidade a todo momento.
O livro é impactante, gostoso de ler e relativamente curto. No texto de hoje, veja a minha resenha completa do livro de maior sucesso publicado por Richard Metheson.
Sobre o autor Richard Metheson
Richard Metheson nasceu nos Estados Unidos em 1926 e faleceu em 2013, aos 87 anos. Autor de dezenas de romances e dezenas de contos, além de participação em roteiros para TV, Metheson é considerado um dos principais autores da ficção científica, da fantasia e do terror.
Suas obras influenciaram grandes nomes da literatura, como
Stephen King, que já deu declarações públicas que "Eu sou a Lenda" foi uma de suas grandes inspirações para escrever. Matheson também trabalhou como roteirista para as séries
The Twilight Zone e
Star Trek, e escreveu o primeiro trabalho de Steven Spielberg para a TV. Diversas obras suas receberam adaptações para o cinema, sendo a mais famosa justamente "Eu sou a lenda", estrelado por Will Smith no papel do protagonista Robert Neville. Em 2013, foi homenageado durante a premiação do Saturn Awards por sua contribuição literária e cinematográfica.
Sinopse de
Eu sou a Lenda
Uma impiedosa praga assola o mundo, transformando cada homem, mulher e criança do planeta em algo digno dos pesadelos mais sombrios: criaturas da noite sedentas de sangue. Nesse cenário pós-apocalíptico, Robert Neville pode ser o último homem na Terra. Ele passa seus dias em busca de comida e suprimentos, lutando para manter-se vivo (e são). Mas os infectados espreitam nas sombras, observando até o menor de seus movimentos, à espera de qualquer passo em falso.
Como o livro se desenvolve
Após a leitura do livro, descobri que "Eu sou a Lenda" se tratava de um livro de terror. Fiquei surpreso, pois o terror em si não é nem de longe o que vai atrair ou afastar um futuro leitor.
O livro é sobre um homem que vive só, sem contato com nenhum outro ser vivo em suas plenas faculdades mentais e físicas. Por viver só, ele tem dificuldades de fala e de relações pessoais, algo que vai piorando ao longo da narrativa.
Como se manter são e com esperanças de dias melhores vivendo de forma isolada em um mundo pós-apocalíptico onde sua mulher e sua filha morreram? Esta premissa se faz presente durante todo o livro, que é dividido em quatro partes. Cada uma dessas partes é de uma determinada época da vida de Robert Neville. A primeira, se passa apenas 5 meses após a infestação que matou toda a população mundial. A última parte se passa mais de 3 anos após os acontecimentos iniciais.
No primeiro momento, Robert está se adaptando à nova vida, entendendo o comportamento dos vampiros. Ele sai de casa apenas durante o dia para buscar suprimentos e mata os vampiros que vê pela frente. Eles ficam imóveis, em uma espécie de coma durante o dia. À noite, eles acordam e ficam agressivos e irracionais.
Com o passar do tempo, aumenta a vontade de Robert descobrir o que causou essa transformação nos humanos. Ele acaba descobrindo que um determinado bacilo é o responsável. E
chega bem perto de descobrir o porquê alguns elementos matam os vampiros. Alho, cruz, estaca... Todos esses elementos clássicos são bastante retratados no livro e o autor nos convence de tornar científica como esses materiais matam os monstros.
A jornada de Robert é solitária e se passa toda em sua casa. Ele pouco sai, e não há outros cenários relevantes durante o livro. Pode parecer chato, monótono, mas o autor consegue entregar emoção e uma boa cadência ao longo da narrativa.
O livro possui dois momentos chave. Quando o protagonista encontra um cachorro e uma mulher. Lidar com dois seres vivos, aparentemente, não infectados é o grande duelo interno que ele tem. Como e porquê eles estão "normais"? A todo momento, os dois, que aparecem em momentos distintos, dão a entender que estão infectados, mas que conseguem agir de forma natural. Então, o que eles são? Robert não consegue ter uma resposta definitiva. O cão, infelizmente morreu dias após a sua primeira aparição. A mulher, Ruth, está infectada e faz parte de uma nova sociedade que está sendo construída.
O final do livro nos entrega uma surpresa interessante. A Ruth foge da casa de Robert, mas volta com o seu bando que fere o nosso protagonista fortemente. Infelizmente ele não resiste, mas soube que ele era o último homem da Terra, que ele era a Lenda.
Eu sou a Lenda vale a pena?
O livro é incrível e me prendeu do início ao fim. Para quem gosta de cenários pós-apocalípticos, "Eu sou a Lenda" é leitura obrigatória. E para os que gostam de suspense e terror, o livro se torna ainda mais interessante, apesar do terror não ser tão grande assim.
Recomendo a leitura do livro.
Agora quero saber de você. Já leu o livro ou, após a resenha, ficou interessado em fazer a leitura? Comente aqui abaixo e até a próxima resenha.