Quem foi Afonso Henriques de Lima Barreto?
Um dos mais importantes escritores brasileiros, referência do pré-modernismo no Brasil, Lima Barreto não teve uma vida muito fácil.
Mesmo com os perrengues da vida de um descente de escravos, Lima Barreto conseguiu marcar o seu nome na literatura brasileira. Quer saber um pouco mais sobre a vida do
“romancista da primeira república”? Continue com a leitura e descubra!
A vida de Lima Barreto
Lima Barreto nasceu no dia 13 de maio de 1881, nas Laranjeiras, Rio de Janeiro. O escritor carioca, como já antecipei, veio de uma família humilde. Sua mãe
Amália Augusta; professora primária; e seu pai
Joaquim Henriques de Lima Barreto eram pobres, além do fato de serem negros e descendentes de escravos.
Já dá para imaginar que Lima Barreto não teria uma vida fácil, não é mesmo?
E realmente não foi.
O escritor perdeu a mãe com apenas 6 anos, para a tuberculose. E o seu pai, tinha distúrbios mentais. O que mais adiante, obrigaria Lima Barreto a cuidar do sustento dos irmãos.
Porém, para não dizer que tudo foi de mal a pior, um alento. O padrinho do nosso escritor romancista era um homem de posses: era ninguém menos que o
Visconde de Ouro Preto (Afonso Celso de Assis Figueiredo), senador pela província de Minas Gerais.
Esse apadrinhamento abriu portas para uma educação de qualidade para Lima de Barreto. O escritor fez o curso secundário no Colégio Pedro II e, logo depois, deu início ao curso de Engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Porém, lembra-se que eu disse que a vida de Lima Barreto não seria fácil.
Foi quando ele entrou no terceiro ano, em 1903, que seu pai piorou da sanidade mental. Lima Barreto viu-se obrigado, então, a abandonar o curso para trabalhar e sustentar, além do pai internado, os seus três irmãos.
Apesar das dificuldades, Lima Barreto mostrou-se que era capaz de conseguir coisas boas com seu estudo. Em 1903 (ou 1904, as fontes divergem neste ponto),
Lima Barreto presta concurso para para escriturário do Ministério da Guerra. E não só é aprovado, como permanece no cargo, até aposentar-se.
Bem, se hoje em dia, já é difícil encontrar um emprego para sustentar uma família, imagine naquela época, um descendente de escravos tendo que sustentar os três irmãos. Por isso,
Lima Barreto também exerceu a profissão de escritor em jornais - Correio da Manhã e Jornal do Commercio - e revistas do Rio de Janeiro - Fon-Fon, Floreal, Careta, ABC, etc.
Infelizmente, a vida foi muita dura com Lima Barreto. O autor não encontrou forças suficientes para lidar com tantos percalços e,
mesmo com trabalhos e o início da carreira literária - que já irei abordar -,
o autor sucumbiu-se ao vício do álcool. Chegou a ser internado diversas vezes, com graves manifestações de alienação mental. Algumas fontes relatam que, assim como o seu pai, Lima Barreto também apresentou um profundo quadro de depressão aguda.
Em 1918, ele foi aposentado por invalidez do cargo que ocupava na Secretaria de Guerra e, quatro anos mais tarde, no dia 1º de novembro de 1922, Lima Barreto faleceu.
Obras e características literárias de Lima Barreto
Vocês acreditam que Lima Barreto não fez parte de nenhum movimento literário? Calma, que, provavelmente, não é o que você está pensando.
As obras de Lima Barreto se encontram em um período que podemos chamar de
transição de literatura. Neste recorte temporário - mais precisamente entre 1902 e 1922 -, a gente tem um momento de
rompimento com o Simbolismo e começamos a caminhar rumo ao Modernismo. Esse meio tempo entre esses dois movimentos literários é chamado de Pré-Modernismo.
Então, Lima Barreto perpetuou-se como um dos principais autores do pré-modernismo nacional.
Suas obras apresentam uma linguagem coloquial, simples e que permite uma leitura mais fluida.
Nos textos pré-modernistas, já não há mais a idealização romântica. Em grande parte, as publicações estão pautadas na temática social e, Lima Barreto, colocando um pouco de sua experiência de vida, traz ainda à tona injustiças como preconceito e o racismo.
O jeito Lima Barreto de escrever provocou uma certa ira no pessoal “mais letrado” e conservadores. Tudo isso porque o nosso autor priorizava a simplicidade da linguagem, ignorando normas gramaticais e estilísticas.
A sua primeira publicação foi em 1909 com o romance
Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Apesar de ser a estreia literária Lima Barreto, não chegou a se tornar a sua história principal. Essa veio 6 anos depois, com seu terceiro livro. E é sobre ele que vou falar agora!
Triste Fim de Policarpo Quaresma
Policarpo Quaresma foi um marco não só na vida de Lima Barreto, mas como também na literatura brasileira. A obra é tida como uma das principais do pré-modernismo nacional. E, vale já trazer uma curiosidade, então, sobre essa obra prima.
Triste Fim de Policarpo Quaresma foi escrita em 1911, em folhetins. Tornou-se um livro publicado somente em 1915.
A história do livro acontece em um Brasil após Proclamação da República e narra a vida as frustrações de um funcionário público, o Policarpo. O nosso personagem é desses homens “certinhos demais”, todo metódico e um nacionalista pra lá de
fanático.
Policarpo passa a vida estudando as riquezas do país. Além da descrição política do final do século XIX,
Triste Fim traça um rico panorama social e humano dos subúrbios cariocas na virada do século.
Uma última curiosidade sobre essa obra prima:
o livro ganhou uma versão cinematográfica
Policarpo Quaresma, o herói do Brasil.
Confira, aqui, um trecho do filme.
Obras de Lima Barreto
- Recordações do Escrivão Isaías Caminha, 1909
- Aventuras do Dr. Bogoloff, 1912
- Triste Fim de Policarpo Quaresma, 1915
- Numa e Ninfa, 1915
- Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá, 1919
- Os Bruzundangas, 1923
- Clara dos Anjos, 1948
- Coisas do Reino do Jambon, 1956
- Feiras e Mafuás, 1956
- Bagatelas, 1956
- Marginália, 1956
- Vida Urbana,1956
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