Quem vê o nosso blog com esse tanto de conteúdo publicado e uma variedade de temas, pode até pensar:
“Ah! É muito fácil para você escrever um livro.”.
Engano seu, caro leitor. Escrever um livro não é tão simples, não “é só escrever”. Se você está preste a começar a sua obra ou está tomando coragem para publicar um livro, saiba que mesmo
grandes escritores brasileiros
tiveram alguma dificuldade. Em algum momento, com certeza, existiu uma pedra no caminho deles.
A escrita, ao contrário da matemática, não é algo exato, na literatura, dois mais dois pode ser o que o autor quiser e o que o leitor interpretar. Então, hoje, eu trouxe alguns erros que nós cometemos ao tentar escrever nossos livros. Mas, é claro que algumas dicas podem não se aplicar a você. Outras, você verá que faz total sentido.
Aliás. acho que acabamos de dar a primeira dica de um erro que cometemos: achar que o leitor vai sempre interpretar da forma que desejamos.
Sem mais delongas, vai escrever um livro? Então, se ligue para não cometer alguns desses erros!
1 - Não ser um bom leitor
Bem, eu nem sei como desenvolver esse tópico. Para mim, parece impossível alguém que não goste de ler escrever um livro.
Não é preciso ser rato de biblioteca, ter lido todos os clássicos literários e todas as versões, em todos formatos etc. Mas, é preciso que você tenha uma bagagem literária que lhe dê perspectivas diferentes sobre a escrita.
O repertório linguístico, as nuances narrativas só existirão se você estiver em contato com outros escritores.
Um outro conselho: não existe um bom leitor - e, consequentemente, um bom escritor - que só leia um único
gênero literário. Por mais que você tenha preferências de leitura, dê chance aos outros estilos, busque inspiração em todos os cantos.
Leitura e escrita são inseparáveis. Quer escrever um bom livro? Seja um bom leitor!
2 - Ter medo de escrever
“Será que tá bom?”, “Mas e se ninguém gostar?”, “não sei se isso vai ficar legal”.
Se, antes de começar a escrever você já fica com essas “paranoias” na cabeça, provavelmente, seu livro nunca vai sair do papel. Ou da sua cabeça.
Um escritor não pode ter medo do leitor. Tudo bem que nem sempre eles se entendem, mas a lógica de publicar um livro é dar ao público a oportunidade de ler suas ideias. E é claro que existirão os que não irão gostar. Mas, da mesma forma, existirão aqueles leitores que irão comprar a sua ideia.
Mas, tudo isso só vai acontecer se você escrever. Escreva tudo o que quiser, não existem best-sellers imaginários. E despreocupe-se: tem dias que a gente acerta e dias que a gente erra. Mas isso não é exclusividade dos autores, a vida é assim.
Dica: se só a prática pode levar a perfeição - se ela existir; muitos escritores fazem de seus blogs um verdadeiro campo de treino. Caso você ainda não saiba, o BINGO é um portal de compartilhamento de produções de pequenos e novos escritores! É uma excelente oportunidade para perder o medo da escrita e publicação.
3 - Não fazer um brainstorm
Já pegando carona na dica anterior, um erro gravíssimo de quem quer escrever um livro é não fazer um bom brainstorming. Mas, tem que ser um bem caprichado.
Sabe quando você está naquela chuva forte, usando capa e guarda-chuva e mesmo assim você fica ensopado? Um bom brainstorming de escrita é assim também, por mais que existam coisas te afastando das ideias (procrastinação, preguiça, medo de escrever etc), uma hora ou outra vem uma ideia e pinga no papel, uma outra escorre nas suas mãos e, quando você assusta, já inundou seu papel de possibilidades.
E um bom brainstorming não tem limites. Jogue uma ideia no ar e vá anotando tudo que vier em mente, relacionado ao tema. Não há certo ou errado. Simplesmente anote (ou memorize). Assim como é errado ter medo de escrever, é um equívoco podar ideias sem testá-las.
4 - Achar que escreve para todo mundo
Antes de começar a escrever seu livro, é bom que você tenha em mente quem é o seu público.
“Ah! Mas o meu livro qualquer um pode ler.”.
Sim. Mas “qualquer um” vai gostar daquilo que você escreveu? Você pode até achar que escreve para todo mundo ler, mas, lá no seu inconsciente, existe sim um público alvo. E é preciso que você externe isso e tenha em mente. Afinal, é aquela história de que nem Jesus agradou a todos e tals.
Você vai fazer um esforço enorme tentando agradar ao país inteiro. Que tal começar agradando apenas a parcela de brasileiros que gostam de
filmes
baseados em livros , por exemplo? E aí, você cria uma afinidade com este público, vai descobrindo suas preferências e aí você começa a produzir textos que dialogam com esse nicho. Pronto! Você criou a sua comunidade de leitores!
5 - Confundir inspiração com cópia
Em uma das nossas dicas para que você comece a escrever o seu livro, sugerimos que você fosse um bom leitor. E aí, você encontrou autores que te inspiram e você almeja ter o sucesso que eles alcançaram.
Uma coisa tem ficar bem clara: você pode ter o mesmo sucesso, sem ser uma cópia de cada autor que te inspira.
Lembre-se que é mais fácil atrair o público por fazer algo diferente, do que fazer “mais do mesmo”.
6 - Não fazer um esboço
Provavelmente, só com algumas dicas aqui escrita, você pode estar revendo o conceito de que escrever um livro é puramente “só escrever”.
São inúmeros detalhes que renderiam praticamente um livro sobre como escrever um livro. Pois bem, para que você torne essa tarefa menos árdua, monte um esquema de como será essa sua obra.
Ordene suas ideias, liste os assuntos que serão tratados e em que ordem eles irão aparecer. Construa seus personagens, separe referências e exemplos. Mentalize o livro pronto e desenvolva as suas partes gradativamente.
Tem gente que faz um roteiro detalhado, outros autores preferem apenas listar os capítulos. Encontre a melhor maneira para você organizar as suas ideias, antes que você as perca em meio ao turbilhão que é o trabalho de escrever um livro.
7 - Não revisar o texto
Cá entre nós, você dá credibilidade para uma frase assim:
“lá na iscola qe estudei, Era o melho aluno de portugês da escola toda e da sala minha tamém.”.
Exageros à parte, eu quis mostrar alguns erros que podem acontecer com qualquer um. Às vezes, na empolgação e no embalo criativo, nós vamos escrevendo, escrevendo e deixamos passar erros de ortografia e de digitação. Acontece, não é o fim do mundo. Vez ou outra, nós relevamos porque entendemos a mensagem e porque, afinal, quem nunca errou?
Mas, atenção: tudo tem um limite. E, dependendo do seu conteúdo, para quem ele é escrito, qual o seu público, alguns erros são “imperdoáveis”, principalmente ortográficos.
Vale lembrar que a revisão não é apenas um caça erros. É neste momento que você saberá se, tudo ao seu final, faz sentido. Uma dica muito valiosa é que, se possível, não seja autor e revisor do seu próprio livro.
Às vezes, a nossa mente nos prega algumas peças, principalmente em escritores. Você escreveu um texto, sabe tudo que está escrito ali, sabe qual é a mensagem.
Então, ao ler o seu livro, é como se o cérebro fosse completando automaticamente a sua leitura, enganando o seus olhos, fazendo você acreditar ter lido algo que não estava escrito (uma palavra ou expressão faltante) ou passando despercebido por um erro de digitação. Porque, afinal, você entendeu a mensagem. Claro, foi você quem escreveu.
Se puder contratar o serviço de revisor, ótimo. Caso contrário, ofereça a um amigo que goste de ler, a oportunidade de ser o primeiro leitor do seu livro. Peça que faça crítica, sugestões e, se ele for um escritor também, por que não a revisão?
Por fim, mas com inúmeras dicas ainda a serem dadas, volto a frisar que o maior erro que você pode cometer ao escrever um livro é podar suas ideias e se auto sabotar.