Quantos livros nacionais você já leu na sua vida? Essa pergunta pode parecer simplória para alguns, mas a verdade é que muitos desvalorizam a nossa arte local, preferindo colocar obras internacionais na sua lista. Por isso, neste artigo, abordarei
porque ler autores nacionais.
Para frisar, não há nada de errado em ler autores internacionais, muito pelo contrário. Como eu sempre afirmo, o importante é ter a prática da leitura na sua vida. No entanto, não incluir escritores e/ou autores nacionais na sua prateleira pode ser um grande erro (literário, claro).
Na nossa história,
temos diversos autores que foram e são consagrados, com obras exuberantes. Esses, inclusive, romperam a barreira nacional e tiveram suas obras traduzidas para milhares de outros países. Inclusive, eu preparei um especial aqui no blog sobre esses gênios.
Leia a parte 1 clicando aqui.
Então, se você quer saber a importância de ler autores nacionais, convido para ler este artigo especial. Vamos lá?
Por que não lemos tanto autores nacionais?
Os brasileiros vivem uma verdadeira
“síndrome do impostor”. Para contextualizar, elas diz respeito sobre a nossa dificuldade para aceitar o sucesso. Essa síndrome, acredite, é encontrada em tantas outras áreas da arte.
Quer um exemplo? Os filmes internacionais, ao chegar no Brasil, causam uma grande comoção e enchem as salas de curiosos. O mesmo não ocorre com a maioria dos filmes nacionais.
Mas, calma, a minha ideia não é julgar nós, brasileiros. Essa ideia de inferioridade é herança da nossa colonização, que nos impôs diversas coisas. Uma delas é que a nossa cultura ou forma de conhecimento não é tão elevada.
Dessa forma,
sempre acreditamos que os produtos produzidos internacionalmente são superiores. Para se ter uma ideia, dos
15 livros mais vendidos no Brasil em 2019, nove são internacionais.
Está na hora de virar esse paradigma.
Afinal, por que ler autores nacionais?
Abaixo, deixo uma lista especial com os melhores motivos para ler autores nacionais:
Eles contam a nossa história
Isso mesmo!
Os autores nacionais contam a nossa história do passado, presente e também futuro. Com livros de extrema aclamação, podemos conhecer um pouco do tempo no qual não estivemos presente. Ao folhear, nos deparamos com relatos ricos sobre a nossa cultura, gastronomia, costumes, povo e linguagem.
E não pensem que são só os livros de história brasileiro que nos remetem a outro tempo. É possível viajar lendo um bom romance ou até mesmo drama, como é o caso do livro “O Tempo e o Vento”, de Érico Veríssimo.
Faz a economia nacional girar
Sabemos que a economia brasileira anda com as pernas quebradas, o mesmo respinga no setor da literatura.
Essa falta de recurso faz com que algumas obras não sejam ao menos publicadas.
Quando lemos uma obra brasileira,
temos a certeza de que o dinheiro arrecadado voltam para as editoras (independente do seu tamanho), resultando em novas publicações.
Traz mais recurso para a área
A conta é simples:
quanto mais livros vendidos, maior será o recurso voltado para o setor das artes. Complementando o tópico acima, os recursos provenientes da venda de livro podem também gerar outras formas de reprodução. Alguns casos são as adaptações das obras para peças de teatro ou filmes.
Faz com que novos talentos apareçam
Quando há um consumo maior de literatura nacional, há também uma procura por novos títulos e autores. Esse ciclo faz com que profissionais da área ainda desconhecidos tenham maior visibilidade.
Quais são as minhas recomendações de autores?
Se você já se convenceu da importância de ler obras nacionais, então veja abaixo uma lista com aqueles que recomendo de olhos fechados:
Machado de Assis, nascido como Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro e viveu durante os anos de 1839 e 1908.
É considerado por grande parte da crítica como o nome mais importante da literatura brasileira. Em sua obra, Machado de Assis contabiliza duzentos contos, dez romances mais de seiscentas crônicas e diversas outras obras como peças teatrais.
Manuel Bandeira
Nascido em Recife, no dia 19 de abril de 1886, o poeta também foi professor de literatura, crítico literário e crítico de arte. Manuel Bandeira foi um dos principais nomes e precursores do movimento modernista brasileiro.
Érico Veríssimo
Nascido em 1905, na cidade de Porto Alegre, foi um dos escritores brasileiros mais populares do século XX.
Foi a partir 1947 que Érico Veríssimo começou a escrever sua obra-prima, a trilogia O Tempo e o Vento. A ideia inicial do escritor era reunir duzentos anos da história do Rio Grande do Sul (1745 a 1945) em um único volume; todavia, no final, ele escreveu três volumes, totalizando 2,2 mil páginas.
Nascido no Rio de Janeiro em 1990, Montes é um dos maiores nomes atuais da literatura nacional. É responsável por diversos romances best-sellers policiais. Recentemente, uma de suas obras,
Bom dia, Verônica, co-escrito com Ilana Casoy, recebeu adaptação de enorme sucesso na Netflix.
Foi um dos indicados para a categoria Romance de Entretenimento do 62º
Prêmio Jabuti de Literatura, com a obra
Uma Mulher no Escuro.
João Guimarães Rosa, ou simplesmente Guimarães Rosa, nasceu em 27 de junho de 1908 e faleceu em 19 de novembro de 1967. É considerado por muitos como o maior escritor brasileiro do século XX e um dos maiores de todos os tempos. Além de escritor, também foi médico e diplomata.
Mineiro de Itabira, Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902 e faleceu no Rio de Janeiro em 1987. É tido com um dos grandes poetas da segunda geração do Modernismo brasileiro.
Além de um grande poeta, Carlos Drummond de Andrade se aventurou na literatura infantil, escreveu crônicas e contos.
Famosa por suas frases de impacto, amplamente disseminadas, Clarice Lispector não é brasileira, tão pouco foi batizada com este nome, dado que poucos sabem. Lispector nasceu como Chaya Pinkhasovna Lispector em 10 de dezembro de 1920, na cidade de Chechelnyk, pequena cidade da região de Vinnytsia, na Ucrânia.
Naturalizada brasileira, se identificava pernambucana, Lispector foi autora de romances, contos e ensaios. É considerada uma das grandes e mais importantes escritoras brasileiras do século XX.
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