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Juliano Loureiro • 20 de dezembro de 2024

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A obra “O Auto da Compadecida”, escrita por Ariano Suassuna em 1955, é um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Sua narrativa encantou gerações com uma mistura de humor, crítica social e religiosidade, retratando com maestria a cultura nordestina.


O sucesso da peça teatral ultrapassou fronteiras e alcançou novos públicos com a adaptação para o cinema, lançada em 2000. E, em 2024, o retorno de João Grilo e Chicó aos cinemas com a tão esperada sequência, “O Auto da Compadecida 2”, reacendeu o amor pela história.


Neste artigo, vamos explorar:


  • O conceito de “auto” como gênero literário;
  • Detalhes do filme de 2000;
  • O que esperar da sequência lançada em 2024.


Vamos embarcar nessa jornada literária e cinematográfica?

O Que é um "Auto"? Entenda o Gênero Literário de Ariano Suassuna

Para compreender a essência de “O Auto da Compadecida”, é essencial conhecer o estilo literário no qual a obra está inserida: o “auto”, pertencente ao gênero dramático.

Definição de auto

O termo "auto" refere-se a uma peça teatral curta, geralmente com temática religiosa ou moralizante, que remonta ao período medieval. Os autos eram utilizados em festividades religiosas para ensinar preceitos cristãos de maneira acessível, misturando elementos cômicos com mensagens profundas.

Os autor no Brasil

No Brasil, o gênero foi adaptado ao contexto cultural do país, ganhando características regionais. Ariano Suassuna reinventou o estilo ao mesclar:


  • Tradições nordestinas, como o cordel;
  • Personagens caricatos, representando tipos sociais do sertão;
  • Crítica social, abordando desigualdades e hipocrisias.


Em “O Auto da Compadecida”, Suassuna preserva a estrutura clássica do gênero, mas a enriquece com humor e ironia, tornando a obra única e atemporal.

A peça teatral original: “O Auto da Compadecida”

o auto da comparecida

Antes de conquistar as telonas e se tornar um clássico do cinema brasileiro, “O Auto da Compadecida” nasceu como uma peça teatral escrita por Ariano Suassuna em 1955. Inspirada pela cultura popular nordestina e pela tradição do teatro de cordel, a obra rapidamente se destacou por sua originalidade e profundidade.


Quando foi encenada pela primeira vez, “O Auto da Compadecida” foi recebido como uma obra inovadora, capaz de aproximar o teatro erudito do público popular. Sua repercussão foi tão positiva que a peça se tornou um marco na dramaturgia brasileira, adaptada para diferentes mídias ao longo dos anos.


A peça original é reconhecida por ajudar a consolidar o Movimento Armorial, liderado por Ariano Suassuna, que buscava valorizar as raízes culturais nordestinas nas artes brasileiras.


Até hoje, “O Auto da Compadecida” é montado em palcos do Brasil e do mundo, confirmando sua relevância e universalidade. A peça não apenas diverte, mas também provoca reflexões profundas, mostrando que o riso pode ser uma poderosa ferramenta de crítica e transformação.

O filme de 2000: obra-prima do cinema brasileiro

auto da compadecida

A adaptação cinematográfica de “O Auto da Compadecida”, dirigida por Guel Arraes e lançada em 2000, é um marco do cinema nacional. Com um elenco estelar e um roteiro cativante, o filme conquistou o coração de milhões de brasileiros.

Enredo e personagens

A história gira em torno de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), dois nordestinos pobres e astutos que sobrevivem de pequenos golpes em uma sociedade marcada por desigualdades. Durante a trama, eles enfrentam situações hilárias e desafios que testam sua esperteza, fé e caráter.


Destaques do filme:


  • Nossa Senhora, interpretada por Fernanda Montenegro, é a mediadora divina que julga as ações dos personagens na sequência final da história.
  • A mistura de comédia e crítica social, abordando temas como religião, moralidade e pobreza.

Impacto cultural

O filme foi um sucesso de público e crítica, sendo considerado um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Sua exibição ampliou o alcance da obra de Ariano Suassuna e consolidou João Grilo e Chicó como ícones da cultura popular.

O Auto da Compadecida 2: um retorno esperado

Mais de 20 anos após o lançamento do primeiro filme, “O Auto da Compadecida 2” estreou em dezembro de 2024. Dirigida por Guel Arraes e Flávia Lacerda, a sequência trouxe de volta o universo encantador de Taperoá e seus personagens inesquecíveis.

Enredo atualizado

A trama de “O Auto da Compadecida 2” se passa 25 anos depois dos eventos do primeiro filme. Agora, João Grilo e Chicó enfrentam novos desafios em uma sociedade que mudou, mas mantém muitas das contradições do passado.



  • O enredo explora temas contemporâneos, como as mudanças sociais e os conflitos geracionais.
  • Taperoá aparece modernizada, mas ainda preserva seu charme e seus dilemas.

Elenco e novidades

Além de Matheus Nachtergaele e Selton Mello, que retornam aos papéis de João Grilo e Chicó, o elenco inclui novos nomes:



  • Taís Araújo como Nossa Senhora.
  • Fabíula Nascimento e Juliano Cazarré em papéis inéditos.

Conclusão: o legado de "O Auto da Compadecida"

“O Auto da Compadecida” transcendeu seu tempo e formato, consolidando-se como uma obra universal. Seja na peça original, no filme de 2000 ou na sequência de 2024, a história de João Grilo e Chicó continua encantando gerações.


Ariano Suassuna nos deixou um legado literário inestimável, que vai além do riso: ele nos convida a refletir sobre quem somos, nossas crenças e os desafios de nossa sociedade.



Se você ainda não assistiu às adaptações ou leu o livro, agora é o momento de mergulhar nesse universo. Não perca a chance de conferir “O Auto da Compadecida 2” nos cinemas e revisitar o clássico que marcou a cultura brasileira.

Um homem com tatuagens senta-se à mesa com lucas remando livros

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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