O
racismo, infelizmente, está em todos os setores da sociedade. Além de ser um mal milenar, recorrências no dia a dia demonstra que esse é um problema longe de ser sanado. Por outro lado, existem campos que estão lutando para mudar esse cenário. Um deles é o literário.
Por isso, neste artigo, a convite do Juliano Loureiro,
vou apresentar 6 livros que falam sobre o racismo e de como combatê-lo. Se você for negro ou até mesmo a favor da luta antirracista, faço um convite para conhecer essas obras fundamentais comigo!
Confira a lista abaixo e já reserve um momento diário para colocar as leituras em dia!
1 - Pequeno mundo antiracista
Autora: Djamila Ribeiro
Nesse livro fenomenal, Djamila Ribeiro, filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira, aborda dez lições breves para entender as origens do racismo e como combatê-lo.
Pelas suas 136 páginas, é abordados temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em dez capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais.
Já há muitos anos se solidifica a percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando desigualdades e abismos sociais:
trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito. Reconhecer as raízes e o impacto do racismo pode ser paralisante.
2 - Racismo estrutural
Autor: Silvio Almeida
Silvio Almeida traz a reflexão apresentada por Kwame Turu e Charles Hamilton, no livro "Black Power", lançado na década de 1970. É a primeira vez que escutamos o termo racismo institucional: muito mais do que a ação de indivíduos com motivações pessoais, o racismo está infiltrado nas instituições e na cultura, gerando condições deficitárias a priori para boa parte da população.
É a partir desse conceito que o autor Silvio apresenta dados estatísticos e discute como o racismo está na estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira.
3 - Quem tem medo do feminismo negro?
Autora: Djamila Ribeiro
Mais uma obra de Djamila para a lista. Em “Quem tem medo do feminismo negro?” a filósofa reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados no blog da revista Carta Capital , entre 2014 e 2017.
Muitos textos reagem a situações do cotidiano — o aumento da intolerância às religiões de matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams – a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento feminino ou interseccionalidade.
Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.
4 - Diáspora negra no Brasil
Autora: Linda M. Heywood
Apesar de falar da história dos negros no Brasil, o livro “Diáspora negra no Brasil” foi escrito pela professora de estudos e história afro-americanos, Linda Heywood, que reside nos Estados Unidos.
O livro estabelece um novo paradigma que amplia a nossa compreensão da cultura africana e as forças que levaram à sua transformação, durante e após o comércio de escravos pelo Atlântico.
Ao fim, percebemos uma compreensão do papel efetivamente exercido por importante parcela do povo negro em nosso país e abre novos horizontes para historiadores, antropólogos, sociólogos e demais estudiosos da África e sua diáspora.
5 - Entre o mundo e eu
Autor: Ta-Nehisi Coates
Partindo para mais uma obra norte-americana, “Entre o mundo e eu” aborda uma corajosa investigação da história da segregação racial e seus ecos contemporâneos. Ta-Nehisi Coates é um jornalista americano que trabalha com a questão racial em seu país desde que escolheu sua profissão.
Filho de militantes do movimento negro, Coates sempre se questionou sobre o lugar que é relegado ao negro na sociedade. Em 2014, quando o racismo voltou a ser debatido com força nos Estados Unidos, Coates escreveu uma carta ao filho adolescente e compartilha, por meio de uma série de experiências reveladoras, seu despertar para a verdade em relação a seu lugar no mundo.
“Entre o mundo e eu” um trabalho profundo que articula grandes questões da história com as preocupações mais íntimas de um pai por um filho.
6 - Elza
Autor: Zeca Camargo
Apesar de não ser um livro que fale propriamente sobre o problema do racismo na sociedade, “Elza” é um verdadeiro aprendizado de como a mulher negra sofre desde a sua infância até a fase adulta. Precisando passar por milhares de aprovações para garantir um lugar ao sol.
A obra perpassa desde a infância pobre ao sucesso, consagrada em discos que marcaram a música brasileira e, mais recentemente, nos ovacionados e premiados
A mulher do fim do mundo e
Deus é mulher.
É muito importante aprender com a história do passado para não repetir o futuro. O racismo é uma dívida que precisa ser paga ao povo preto. Como isto pode ser feito? Não reproduzindo termos pejorativos, abrindo portas para pessoas com menos escolaridades e oferecendo novas oportunidades de crescimento.
Aqui, ressalto a importância literária dentro desse contexto. Enquanto o negro conhece ainda mais a riqueza e dores da sua história, os povos maioritários aprendem a não repetir um passado triste.