Infelizmente hoje, 15 de dezembro de 2021, morre bell hooks, aos 69 anos. Uma das principais vozes do feminismo negro mundial, a autora deixou um legado e impacto social enorme.
No texto de hoje, conheça um pouco mais sobre a autora e suas principais obras. Boa leitura!
Quem foi bell hooks?
bell hooks (sim, o nome é escrito com letras minúsculas), nasceu como Gloria Jean Watkins, em Hopkinsville, cidade do estado de Kentucky, nos Estados Unidos. hooks foi uma autora, professora, teórica feminista, artista e ativista antirracista.
Ao longo de sua vida, bell hooks publicou mais de trinta livros e diversos artigos. Também participou de filmes e documentários, além de incontáveis palestra. A suba obra fala sobre raça, preconceito, opressão e gênero, sendo a autora uma das vozes mais fortes e respeitadas para falar desses assuntos.
A infância de Gloria Jean Watkins foi simples. Seu pai, Veodis Watkins era zelador e sua mãe, Rosa Bell Watkins, doméstica. Cresceu junto a outros cinco irmãos.
O seu pseudônimo foi uma homenagem a sua bisavó materna, Bell Blair Hooks.
Um fato curioso é o uso de letras minúsculas na escrita do nome. De acordo com a própria autora, o "b" e o "h" são dessa maneira para simbolizar que devemos valorizar mais as palavras que as pessoas, além de demonstrar que estamos em constante movimento.
Formada em Letras, inclusive com mestrado e doutorado na área, bell hooks se graduou em 1973, pela Universidade de Stanford. Sua primeira obra foi o livro de poemas "And there we wept", publicado em 1978. Depois, vieram mais 40 livros, que foram traduzidos para mais de 15 idiomas.
Principais obras de bell hooks
Aqui no Brasil, a autora ganhou notoriedade com os livros "O feminismo é para todo mundo" e "Tudo sobre o amor". Veja abaixo um poucos sobre esses e outros livros da autora.
Olhares Negros
Na coletânea de ensaios críticos reunidos em "Olhares negros", a autora interroga narrativas e discute a respeito de formas alternativas de observar a negritude, a subjetividade das pessoas negras e a branquitude.
Ela foca no espectador ― em especial, no modo como a experiência da negritude e das pessoas negras surge na literatura, na música, na televisão e, sobretudo, no cinema ―, e seu objetivo é criar uma intervenção radical na forma como nós falamos de raça e representação.
Em suas palavras, "os ensaios de Olhares negros se destinam a desafiar e inquietar, a subverter e serem disruptivos".
E eu não sou uma mulher?
"E eu não sou uma mulher?" é o primeiro livro da autora e é tido como um clássico da teoria feminista, tornando-o obrigatório para as pessoas interessadas nas questões relacionadas à mulheridade negra e na construção de um mundo sem opressão sexista e racial.
No livro, hooks discute o racismo e o sexismo a partir do discurso de Sojourner Truth, mulher negra que havia sido escravizada e que se tornou oradora depois de liberta em 1827, que denunciou na Women's Convention, em 1851, que o ativismo de sufragistas e abolicionistas brancas e ricas excluía mulheres negras e pobres. Seu discurso ficou conhecido como “Ain't I a Woman”.
O feminismo é para todo mundo: Políticas arrebatadoras
"O feminismo é para todo mundo" nos apresenta a natureza do feminismo e seu compromisso contra sexismo, exploração sexista e qualquer forma de opressão. Com peculiar clareza e franqueza, hooks incentiva leitores a descobrir como o feminismo pode tocar e mudar, para melhor, a vida de todo mundo.
Homens, mulheres, crianças, pessoas de todos os gêneros, jovens e adultos: todos podem educar e ser educados para o feminismo. Apenas assim poderemos construir uma sociedade com mais amor e justiça.
"O feminismo é para todo mundo" apresenta uma visão original sobre políticas feministas, direitos reprodutivos, beleza, luta de classes feminista, feminismo global, trabalho, raça e gênero e o fim da violência.
Além disso, esclarece sobre temas como educação feminista para uma consciência crítica, masculinidade feminista, maternagem e paternagem feministas, casamento e companheirismo libertadores, política sexual feminista, lesbianidade e feminismo, amor feminista, espiritualidade feminista e o feminismo visionário.
Tudo sobre o amor
Para bell hooks, quando pulverizamos seu significado do que é o amor, ficamos cada vez mais distantes de entendê-lo.
Neste livro, primeiro volume de sua "Trilogia do Amor", a autora procura elucidar o que é, de fato, o amor, seja nas relações familiares, românticas e de amizade ou na vivência religiosa.
Na contramão do pensamento corrente, que tantas vezes entende o amor como sinal de fraqueza e irracionalidade, a autora defende que o amor é mais do que um sentimento — é uma ação capaz de transformar o niilismo, a ganância e a obsessão pelo poder que dominam nossa cultura.
Você já conhecia a autora, seus livros e tamanho do seu impacto no nosso cotidiano? Me diga aqui nos comentários e até o próximo texto.
