Mia Couto é um dos escritores mais renomados de Moçambique e um dos nomes mais importantes da literatura lusófona contemporânea. Com uma carreira prolífica e premiada, é mestre em misturar diferentes culturas e tradições em suas obras, criando narrativas profundas e emocionantes que capturam a essência da África moderna.
Suas obras retratam temas universais, como amor, perda e identidade, mas também são permeadas por elementos culturais africanos.
Mia Couto é um escritor essencial
para aqueles que buscam uma nova perspectiva sobre a literatura africana moderna e que desejam conhecer ou se aprofundar na riqueza da língua portuguesa.
Agora, chega de enaltecer as obras do homenageado sem falar sobre ele próprio. Convido a todos a conhecerem um pouco da vida de Mia Couto!
Antônio Emílio Leite Couto é o nome de batismo de Mia Couto. Nascido no dia 05 de julho de 1955, na cidade de Beira, em Moçambique, o autor é filho de portugueses. O seu pai, Fernando Couto, era jornalista e poeta, pertencia aos círculos intelectuais de sua cidade.
Desde a infância, Mia Couto teve influência da cultura europeia além, claro, da africana. O seu contato com o mundo literário e da escrita se deu ainda na adolescência.
Com apenas 14 anos, o jovem escritor publicou seus primeiros poemas no jornal
Notícias da Beira. Então, você imagina que Mia Couto logo deu início à carreira, certo? Mas não foi bem isso que aconteceu.
Apesar de tão novo e já ter seus trabalhos publicados, com 16 anos Mia Couto mudou-se para Maputo, capital de Moçambique (na época, conhecida como Lourenço Marques). Chegando à capital, ingressou na faculdade de Medicina.
Mas o doutor Mia Couto não chegou a ser uma realidade. Após dois anos de curso, Couto largou a faculdade e,
a partir de 1974, começou a exercer a profissão de jornalista.
No jornalismo, o escritor foi diretor da Agência de Informação de Moçambique em 1976, trabalhou na revista
Tempo de 1979 a 1981, e no jornal Notícias, de 1981 a 1985.
Uma vez no jornalismo, a gente pensa que, finalmente, Mia Couto se dedicaria à carreira de escritor, mas não foi bem o que aconteceu.
Paralelamente ao trabalho nas redações, o autor publicou o seu primeiro livro de poesias,
Raiz de Orvalho, em 1983.
Em 85, Mia Couto largou o jornalismo. Para se dedicar aos livros? Não! Para fazer outra faculdade, dessa vez de Biologia. Mas dessa vez, ele levou a sério o curso e até se tornou professor universitário, ministrando aulas de ecologia.
Enquanto biólogo, Mia também tem trabalhos significativos, como ser o responsável pela preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca, em 1992.
Mia Couto dedicou-se bastante às pesquisas ecológicas, principalmente nas áreas costeiras, com a própria empresa para avaliações de impactos ambientais.
De volta à parte literária da carreira,
o sucesso como escritor partiria do seu primeiro romance
Terra Sonâmbula, publicado em 1992.
Escrito em prosa poética, o livro é uma fábula que se passa em Moçambique pós-independência. O país atravessou dez anos com uma guerra civil que o devastou.
Terra Sonâmbula foi eleito um dos melhores livros africanos do século XX e recebeu o Prêmio Nacional de Ficção da Associação de Escritores Moçambicanos, em 1995.
Mia Couto é um dos autores africanos mais conhecido no mundo todo e prova do reconhecimento é que o autor foi o primeiro escritor moçambicano (o segundo africano) a ingressar, como sócio-correspondente, na Academia Brasileira de Letras. Ele ocupa a cadeira número 5 da ABL.
Após conhecer um pouco da história de Mia Couto, antes de você sair, que tal aproveitar essa vibe da literatura lusófona e conhecer novos trabalhos da literatura nacional?
Quero convidar você leitor, para
conhecer os meus livros.
São quatro livros publicados e, com certeza, tem um que cabe na sua lista de leitura. Ou quem sabe, todos possam fazer parte da sua biblioteca?!
Tem livro distópico, uma leitura young adult, tem história sobre controle do tempo, tem minicontos e até mesmo um livro de pensamentos e frases poéticas.