A gente sempre busca algumas pessoas como referências para alguns campos de nossas vidas. Pessoas que nos inspiram profissionalmente, artistas encantadores, políticos inspiradores ou apenas pessoas que admiramos.
E a gente tem aquela curiosidade inerente ao ser humano em saber um pouco mais da vida desses famosos.
As autobiografias têm um grande apelo entre o público que se denomina como fã de determinada personalidade. Ler livros autobiográficos é como se a gente pudesse conversar diretamente com o autor (no caso, a pessoa que admiramos) e ouvi-lo contar tudo o que queremos saber sobre a sua vida.
Mas há quem se interessa não pela pessoa propriamente, mas sim pela sua carreira, trajetória artística, política, enfim, no fundo a curiosidade é ainda a maior justificativa para a leitura de autobiografias.
Você se assumindo como curioso(a) ou não,
preparei uma lista com algumas autobiografias para você se deleitar pelo mundo particular de algumas dessas pessoas inspiradoras, artistas, enfim, dicas para saciar a sua, a minha, a nossa curiosidade.
Chega de conversa e vamos conhecer um pouco mais da vida dessas personalidades.
Viver para contar, de Gabriel García Márquez
Não poderia ficar de fora, obviamente, a autobiografia de um vencedor do
Prêmio Nobel, não é mesmo?
Em
Viver para contar, não temos toda a vida de
Gabriel García Márquez, mas sim o recorte daqueles anos fundamentais para o despertar de uma das mentes mais criativas da literatura mundial.
A autobiografia do escritor colombiano retrata a sua infância e adolescência e traz para o leitor as reflexões e percepções de García Márquez que ele levaria, futuramente para seus clássicos, como
Cem anos de solidão.
A leitura de
Viver para contar traz novas perspectivas sobre os maiores clássicos do autor, um dos mais importantes do século XX. Vale uma leitura minuciosa e, claro, depois partir para uma releitura com novos olhares.
De cu pra lua, de Nelson Motta
Só pelo título debochado, escrachado ao estilo Nelson Motta de ser,
De Cu Pra Lua é uma autobiografia narrada em terceira pessoa, onde ‘Nelsinho’ conta como alguém pode ter tanta sorte na vida.
Sorte a nossa em podermos conhecer a vida de uma pessoa tão importante para a MPB, para o Rock e até mesmo para a literatura brasileira,
Nelson Motta é o autor das biografias de Tim Maia e Glauber Rocha.
O livro é dividido em capítulos que são os anos de acontecimentos, com isso, somam-se mais ou menos
150 histórias narradas por Nelson Motta e envolvendo alguns personagens icônicos da cultura brasileira, como Roberto Carlos, João Gilberto, Gilberto Gil, Caetano Veloso, a atriz (e ex-esposa) Marília Pêra e tantos outros.
Além do título impactante e, ao menos para mim, instigante, a escolha de uma narrativa em terceira pessoa, em uma autobiografia é curiosa, mas Nelson Motta
justifica:
“Achei que ia ficar mais à vontade para ser mais verdadeiro, para aproveitar o humor. Sou carinhoso com o personagem, mas sacaneio, dou esporros”.
Cyndi: minha história, de Cyndi Lauper
Ela é a voz de hinos como
Girls just wanna have fun,
True Colors, The Goonies e
Time after Time, mas está bem longe de ser apenas isso. Peço licença para copiar a bio da autora, no site da Belas Letras, editora responsável pela autobiografia
Cyndi: minha história:
“Cyndi Lauper é uma premiada artista norte-americana. Já vendeu mais de trinta milhões de discos em todo o mundo e continua em turnê. Atua na defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Cyndi criou a True Colors Tour em 2007 e no ano seguinte criou a fundação de mesmo nome.”
Então, muito além daquela figura de uma cantora extravagante, que cantava o “girl power” e as trilhas sonoras de alguns
blockbusters,
Cyndi é uma mulher que aos 17 anos saiu de casa para tentar viver do seu sonho. Sim, queria ser cantora, mas não queria apenas cantar por cantar, ela queria dar voz às mulheres e à comunidade LGBT e lutar contra a Aids.
Claro que a sua música foi sucesso desde o início, ganhando um Grammy com seu álbum de estreia,
She 's So Unusual, como artista revelação. Mas Cyndi é uma artista completa e uma mulher de fibra, a sua autobiografia é um bate papo honesto, como ela sempre quis que suas músicas fossem.
Confesso que vivi, de Pablo Neruda
O poeta chileno
Pablo Neruda em sua autobiografia
Confesso que vivi, encanta aqueles que não conhecem a sua vida fora da poesia, e não me refiro a um escritor capaz de produzir excelentes prosas, mas sim um excelente contador de histórias e um ser humano encantador.
Confesso que vivi trata da infância do futuro ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1971 até o duro golpe militar contra Salvador Allende, presidente que assumiu o cargo, muito talvez, graças à desistência de Neruda em concorrer ao cargo. Pablo Neruda foi indicado à corrida eleitoral, mas abriu mão em prol de Allende.
A narrativa de Neruda sobre a sua própria linha do tempo é tão cativante quanto suas poesias, os fatos de sua vida que vêm à tona nos fazem compreender um pouco mais das suas lutas e angústias.
As edições mais novas da autobiografia (a partir de 2017) trazem um capítulo adicional, que conta a história sobre o poeta espanhol Federico García Lorca e sua homossexualidade. Neruda e Lorca foram amigos inseparáveis e terminou com a morte do escritor espanhol, fuzilado em agosto de 1936, em plena Guerra Civil Espanhola.
Eu sou Malala, de Malala Yousafzai
Aos 16 anos, Malala Yousafzai recebeu o Prêmio Nobel da Paz, a pessoa mais jovem a receber tal honraria. Mas antes disso, em 2002, ela foi alvejada com um tiro na cabeça, à queima-roupa. Sim, ela sobreviveu milagrosamente e nos conta a sua história em
Eu sou Malala.
Malala é uma jovem paquistanesa que não se permitiu submeter-se ao Talibã e levantou sua voz pelo direito à educação, principalmente das mulheres. Seu posicionamento, brio e capacidade argumentativa a levaram às Nações Unidas, em Nova York.
A história de Malala poderia ser a de milhares de garotas que vivem exiladas pelo terrorismo de um grupo como o Talibã, mas tem na própria cultura do país uma desvalorização feminina. Além de conhecer Malala, sua autobiografia permite uma visão esclarecedora de uma cultura tão diferente da nossa e tão subjugada.
Paris é uma festa, de Ernest Hemingway
Ler
Paris é uma festa é desconstruir Hemingway. A sua autobiografia é uma publicação póstuma, 3 anos após a sua morte. Então, como Ernest Hemingway se tornou o escritor totalmente oposto ao sentimentalismo, que escrevia que só a dor, o perigo e a derrota eram capazes de fazer com que o homem se descobrisse realmente.
Mas não é o que vemos em sua obra autobiográfica.
Paris é uma festa traz um relato bem sentimentalista de uma Paris nos anos 20. Narra belas histórias de amizades entre um jovem Hemingway e seus amigos Gertrude Stein, James Joyce, Ezra Pound e F. Scott Fitzgerald. Por vezes, as memórias do escritor soam como uma lírica melancólica, saudosista, em outras, uma narrativa mais grosseira.
A obra nos permite compreender o amadurecimento de Ernest Hemingway enquanto escritor. Foi uma época em que a mente do escritor se abriu para que ele pudesse criar com liberdade criativa e honestidade consigo mesmo. Se Ernest afastou-se do sentimentalismo, com certeza foi depois dessas memórias relatadas.
Seis autobiografias para você conhecer vidas inspiradoras. Seja qual for sua área de trabalho, suas artes favoritas, é sempre bom ter em quem se inspirar. Já leu alguma dessas obras? Quais outras autobiografias você indicaria? Deixe seu comentário abaixo.
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