Juliano Loureiro • 7 de setembro de 2020

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Descobri Daniel Galera em uma das várias pesquisas que faço no Google sobre novos autores e sobre o que está bombando no momento. Vi que inúmeras reportagens o colocam como um expoente da literatura contemporânea. Há algum tempo o coloquei como prioridade nas minhas leitura, todavia, enrolei bastante.


Foi então que encontrei uma promoção bacana na Amazon e comprei o livro Até o dia que o cão morreu, escrito originalmente em 2003, sendo este o primeiro livro do autor. Após algumas semanas na minha prateleira, resolvi dar uma chance.


 Inicialmente, a sinopse não me animou muito, mas pensei Ah, são só 99 pagininhas, qualquer coisa eu termino rápido e vou para outra leitura. E assim fiz. Li em dois dias. Mas não terminei rápido por querer ficar livre. Terminei rápido porque o livro é muito bom!


Nas linhas abaixo eu contarei com calma essa minha experiência. Vamos lá?

Sobre o autor: Daniel Galera

Daniel Galera nasceu em 1979, em São Paulo, mas passou boa parte da vida em Porto Alegre. Pelo selo Livros do Mal, publicou o livro de contos Dentes guardados (2001) e este, em 2003.


Pela Companhia das Letras, lançou os romances Mãos de Cavalo (2006), Cordilheira (2008), Barba ensopada de sangue (2012) e Meia-noite e vinte (2016) .


Cordilheira foi vencedor do Prêmio Machado de Assis de Romance, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional em 2008 (além do 3.º lugar do Prêmio Jabuti).


Barba ensopada de sangue foi o vencedor da categoria de Melhor Livro do Ano no Prêmio São Paulo de Literatura 2013 e recebeu o 3º lugar no Prêmio Jabuti.


Além de escritor, Galera é tradutor e um dos precursores no uso da internet pra disseminação de conteúdos literários. Editou e publicou textos em portais e fanzines eletrônicos entre 1997 e 2001.

Sinopse de Até o dia em que o cão morreu

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Depois de alugar um apartamento vazio no centro de Porto Alegre, um homem com cerca de 25 anos gasta os seus dias olhando pela janela, caminhando pela vizinhança e bebendo cerveja. Formado em letras, porém inativo e desempregado, ele não tem perspectivas de mudar de vida e vive às custas do dinheiro do seu pai. Até o momento em que um cachorro aparece em sua porta, e uma modelo chamada Marcela aparece em sua vida.

Como se desenvolve a narrativa

O livro começa inserindo o leitor no local onde ocorre boa parte da trama: o apartamento do protagonista, o homem de mais ou menos 25 anos (e somente agora, escrevendo este artigo, que me liguei que ele não tem nome). O livro tem tudo para ser chato, monótono, porém, mesmo com a história sem muita ação e acontecimentos relevantes, o autor consegue nos guiar página a página de forma curiosa e interessante.


Tanto Marcela, a namorada não assumida, quanto o cão, Churras, aparecem na primeira página e acompanham o protagonista durante toda a história. Ela, uma modelo fotográfica, que enxerga no homem um porto seguro, busca constantemente  formas de incentivar o homem a buscar um emprego e mudar de vida, sair do ostracismo. Ele, o cão, fora achado na rua e praticamente todos os dias visita seu dono temporário, em busca de comida e abrigo para dormir. Esses são os principais pilares do homem de cerca de 25 anos.


A relação dele com os pais também se faz presente desde o começo. Todos os domingos ele almoça com eles, mas sempre demonstrando a mesma  preguiça da vida. Em determinado momento, um motoboy, Lárcio, que atropelara Marcela dias antes, e a sua namorada, Ana, estranhamente viram amigos do homem e de Marcela. Mas nem essa nova amizade é capaz de mudar a forma de pensar dele, que continua enrolando para arrumar um emprego.


Na segunda metade do livro, o porteiro do prédio do homem, Elomar, ganha relevância, ao dar conselhos ao homem, se tornando uma espécie de amigo.


As últimas páginas são amargas. Marcela informa ao homem que conseguira um trabalho em Milão e que ficará fora por tempo indeterminado. O homem, por sua vez, não se acostuma com a perda da mulher. Faria diferença caso tivéssemos assumido o namoro?, esse é o tipo de pergunta que ele se fazia (mesmo repudiando o fato de ter que morar com alguém).


Mas a situação ainda piora. Ela fala que está doente, com poucos dias de vida. Ele se desespera, principalmente quando ela informa que não quer ser procurada por ele. Algum tempo se passa, até o dia que o cão morreu. Churras morre, no colo dele.


Ainda há um último acontecimento, porém, não quero estragar por completo a sua experiência de leitura.

Características do livro

O livro é narrado na voz do protagonista, o tal homem de cerca de 25 anos. Originalmente, lá em 2003, o livro foi publicado selo Livros do Mal e em 2007 foi reeditado pela Companhia das Letras. É caracterizado como uma novela, por conta do tamanho. Possui 99 páginas na edição atual.

Até o dia em que o cão morreu vale à pena?

Sim, vale a pena. Fui positivamente surpreendido com a leitura do livro. Mesmo com o desenrolar morno da trama, o final do livro é surpreendente e me senti como se tivesse levado um soco no estômago. Terminei de ler o livro pela madrugada e fiquei por vários minutos refletindo sobre.


Recomendo o livro para quem gosta de tramas que abordam os problemas cotidianos de uma pessoa em comum. Certamente, em vários momentos do livro você se sentirá na pele do protagonista.


Já leu as outras resenhas no blog? A cada dia que passa, mais livros lidos e analisados por mim. Espero que tenha gostado. Nos vemos no próximo texto!

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. CLIQUE AQUI e confira.

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