Juliano Loureiro • 20 de agosto de 2020

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Se você fosse listar os maiores escritores brasileiros de todos os tempos, qual o tamanho da sua lista?


Eu cheguei ao 5º texto e ainda tenho a sensação de que muitos ficaram para trás. Mas isso é um bom sinal. Sinal de que a literatura brasileira é sólida e composta por escritores que ultrapassam os limites do país e produzem obras de alcance global.


Então, para não esquecer de ninguém, vamos repassar quem já foi homenageado por aqui e, aí sim, apresentar os autores que receberam a homenagem, no texto de hoje.

Grandes autores brasileiros já homenageados

Não vou repetir o que sempre digo de quão complicado é selecionar os maiores escritores brasileiros.


Até o momento, foram 19 autores, ou seja, quase nada dentro do universo literário brasileiro. Se você não viu os outros textos, deixo aqui, os links para leitura:


  1. Parte 1: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Cecília Meireles e Monteiro Lobato;
  2. Parte 2: Castro Alves, Mario de Andrade, Lima Barreto, José de Alencar e João Cabral de Melo Neto;
  3. Parte 3: Graciliano Ramos, Manuel Bandeira, Luis Fernando Veríssimo e Ana Maria Machado.
  4. Parte 4: Jorge Amado, Ruth Rocha, Adélia Prado e Martha Medeiros.


Sem mais delongas, a quinta parte da homenagem traz os autores:
Mário Quintana, Paulo Coelho e Lygia Fagundes Teles.


Uma boa leitura, vamos lá!

Vamos começar com um gaúcho que, por caprichos da vida, não ocupou uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), mas isso não reduz em nada, tamanha importância de Mário Quintana para a literatura brasileira. Não por menos, um dos maiores poetas do século XX.


Mário de Miranda Quintana nasceu no dia 30 de julho de 1906, na cidade gaúcha de Alegrete. Passou a infância quase toda em sua terra natal, mudando-se para a capital Porto Alegre, aos 13 anos. Na capital gaúcha, ingressou no Colégio Militar, em regime de internato. Foi na escola militar que o autor começou a publicar seus primeiros versos, na revista literária da escola.


A vida em Porto Alegre durou até 1925, quando retornou a Alegrete. Mas antes do seu retorno,
Quintana chegou a publicar um soneto no jornal da sua cidade natal, porém sob o pseudônimo de JB e trabalhou por três meses como atendente na livraria Globo.


Os anos seguintes ao seu retorno a Alegrete não foram dos mais felizes. Em 1926, Mário Quintana perdeu a mãe e, em 27, o pai. Mas nem só de notícias ruins viveu Quintana nesses anos, em 26, o seu conto “A sétima passagem” foi premiado no concurso de contos do jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre.

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Vida que segue. Em 29, Mário Quintana, agora já um adulto, começa a trabalhar no jornal O Estado do Rio Grande, como tradutor. E em 1930, o escritor tem seus versos publicados na Revista Globo e o Correio do Povo.


Em 1934, Mário Quintana tem publicada a sua primeira grande tradução: "Palavras e Sangue", de Giovanni Papini. No tópico sobre curiosidades, eu conto quem mais Quintana traduziu para a gente!


Pode parecer estranho, mas mesmo com uma vida literária movimentada, você acredita que somente em 1940, Mário Quintana publica um livro? Foi a obra “A Rua dos Cataventos”, um livro de sonetos que fez tanto sucesso, que teve trechos publicados em antologias e livros didáticos.


E se você pensou que “
ah! Agora que ele lançou o primeiro livro, deslanchou a publicar ano após anos!”, pensou errado. O segundo livro só veio a ser publicado em 1946. Isso mesmo, 6 anos após o seu debut, Quintana publicou “Canções”, sendo sucedido dois anos mais tarde pela terceira obra “Sapato Florido”.


Em 1966, a glória! Demorou quase 30 anos para que Mário Quintana tivesse o devido reconhecimento. Foi nesse ano que o autor ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira dos Escritores, pela obra “Antologia Poética”. Além desse primeiro prêmio, Quintana, em 1980, recebeu o Prêmio Machado de Assis da ABL e em 1981 foi agraciado com o Prêmio Jabuti.


Antes de trazer algumas curiosidades sobre Mário Quintana, que tal apreciar seus versos mais famosos, em “Poeminho do contra”:


Todos esses que aí estão

Atravancando meu caminho,

Eles passarão...

Eu passarinho!

Curiosidades sobre Mário Quintana

  • Traduziu grandes obras da literatura mundial, como “Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust e “Mrs. Dalloway” de Virgínia Woolf. Foi também o tradutor de Proust, Balzac, Maupassant, Voltaire e vários outros.
  • Durante a Revolução de 30, Mário Quintana se alistou no Batalhão dos Caçadores do Rio de Janeiro.
  • Em 1936, trabalhou na Livraria do Globo, junto com Érico Veríssimo.
  • Mário Quintana tentou ingressar na ABL por três vezes, sem sucesso. Em 1966, Mário chegou a ser homenageado por Augusto Mayer e Manuel Bandeira, que leu um poema de autoria de Quintana.
  • Apesar do sucesso como escritor, seus últimos anos de vida não foram glamourosos. Mário Quintana não casou e não teve filhos, durante os anos de 68 até 80, viveu como hóspede no Hotel Majestic, no centro de Porto Alegre. Desempregado e sem dinheiro, foi despejado e passou a viver em um quarto do Hotel Royal. Este quarto pertencia ao ex-jogador de futebol Falcão.
  • O Hotel Majestic agora é um centro cultural em homenagem ao autor, batizado de Casa de Cultura Mario Quintana.

Principais obras de Mário Quintana

Poesias:

  • A Rua dos cata-ventos,1940;
  • Canções,1946;
  • Sapato florido,1948;
  • O aprendiz de feiticeiro,1950;
  • Espelho mágico,1951;
  • Poesias,1962;
  • Quintanares,1976; 
  • A vaca e o hipogrifo, 1977; 
  • Esconderijos do tempo,1980; 
  • Baú de espantos,1986;
  • Preparativos de viagem,1987; 
  • Da preguiça como método de trabalho, 1987; 
  • Porta giratória,1988;
  • A cor do invisível, 1989; 
  • Velório sem defunto,1990; 
  • Água, 2001 .

Literatura infantil:

  • O batalhão das letras, 1948; 
  • Pé de pilão,1968;
  • Lili inventa o mundo,1983; 
  • Nariz de vidro,1984;
  • O sapo amarelo,1984; 
  • Sapato furado, 1994.

Antologias:

  •  Antologia poética, 1966; 
  • Prosa & verso, 1978;
  • Na volta da esquina,1979; 
  • Nova antologia poética,1981; 
  • Literatura comentada,1982; 
  • Primavera cruza o rio,1985; 
  • 80 anos de poesia,1986; 
  • Ora bolas, 1994.

Paulo Coelho

Uma hora ou outra ele iria aparecer, não é mesmo? Um dos nomes mais populares da literatura brasileira é, simplesmente, um dos autores mais vendidos em todo o mundo! Paulo Coelho não poderia nunca ficar de fora de uma lista de grandes escritores brasileiros.


Muitos o conhecem como uma personalidade da cultura brasileira, sabem que se trata de um escritor, mas não fazem ideia de quão relevante Paulo Coelho é para a literatura mundial.
E ainda há aqueles que vão sempre associar Paulo Coelho a Raul Seixas. Bem, chega de enrolação e vamos contar um pouco dessa história cheia de curiosidades.

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Biografia de Paulo Coelho

Paulo Coelho de Souza é carioca, nascido em 24 de agosto de 1947. Desde a sua infância, demonstrou interesse pelas artes, no colégio participava de concursos de poesia e de teatro.


Apesar de ter nascido em uma família com uma excelente condição financeira, a gente sabe que dinheiro não é tudo, não é mesmo? O berço de ouro não significou que Paulo Coelho teve uma vida fácil. 


A sua infância e, principalmente, adolescência fora bem conturbadas, cheias de atritos com seus pais. É aquela velha história de pais que não apoiam os sonhos dos filhos, principalmente se esses sonhos envolvem viver da arte. Esse desgaste familiar foi responsável pelo quadro depressivo do autor.


Pois bem, como você pode perceber, Paulo Coelho superou essa fase para viver um dos seus lados mais conhecidos: voltado para o misticismo. Paulo chegou a ingressar na Faculdade de Direito Cândido Mendes, mas o mundo acadêmico não era bem a sua praia.


Nos anos 60, Paulo Coelho entrou de cabeça no mundo do teatro, não só como ator, mas também como diretor de teatro de vanguarda. E a partir dos anos 70, a sua vida iria virar de ponta cabeça.


O nosso grande autor simplesmente largou a Faculdade de Direito para viver como um hippie. E aí, é de se imaginar o que aconteceu: anos 70….hippies….drogas….sociedades secretas….ocultismo….religiões para lá de exóticas.


Agora sim estamos visualizando o Paulo Coelho conhecido pela maioria, cercado desses temas “misteriosos”. E quem, nos anos 70, tinha uma vida ou imagem semelhante? Ele mesmo, o maluco beleza Raul Seixas.


Foi no início dos anos 70 que Paulo conheceu Raul e, dessa amizade, nasceram mais de 60 composições, dentre elas, alguns dos maiores sucessos da música brasileira, cantados por Raulzito: “Gita”, “Eu Nasci há Dez Mil Anos Atrás”, “Al Capone” e “Sociedade Alternativa”.


Mas não foi só o Maluco Beleza quem teve parceria com Paulo Coelho. Elis Regina e Rita Lee também cantaram suas composições.

Carreira literária de Paulo Coelho

Agora que já falei um pouco sobre a nada normal vida de Paulo Coelho, ou ao menos o início de tudo, vamos ao ponto que nos interessa: suas obras.


Existem dois livros na carreira de Paulo Coelho que, por muitas vezes, são esquecidos propositalmente, porque não tiveram uma repercussão boa. São as obras “Arquivos do Inferno”, de 1982, e “Manual prático do vampirismo”, de 85.


E aí, se você ignora esses dois livros, a gente chega em 1986, ano que Paulo Coelho resolve fazer a tal peregrinação do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. São 800 km de caminhada, saindo do sul da França até a Galiza. Bem, o que isso tem a ver com o início de sua carreira?


No ano seguinte, em 1987, Paulo Coelho publica um livro sobre sua experiência nessa peregrinação. É lançado “O diário de um mago”, uma de suas principais obras.


Se “O diário de um mago” já foi um sucesso, o que veio depois foi algo de outro mundo. Em 1988, Paulo Coelho lança seu maior sucesso, quiçá a mais impactante obra literária brasileira. Deixando de lado nossos gostos pessoais, é inegável a importância de “O Alquimista”. 


No tópico “Curiosidades”, você vai ver o que “O Alquimista” proporcionou para a carreira de Paulo Coelho. O fato é que depois disso, todos seus lançamentos conseguiram atingir um grande público e suas primeiras publicações se mantiveram como verdadeiras obras primas da literatura. Paulo Coelho conseguiu ter três títulos ao mesmo tempo nas listas de mais vendidos na França, Brasil, Polônia, Suíça, Áustria, Argentina, Grécia, Croácia. É mole?


É claro que com um currículo desses, não lhe faltaria uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Paulo Coelho ocupa a cadeira número 21 da ABL, ingressou no dia 25 de julho de 2002.

Curiosidades sobre Paulo Coelho

  • Na adolescência, chegou a ser internado várias vezes em um hospital psiquiátrico.
  • “O Alquimista”, seu best seller, chegou a ser o livro mais vendido em 18 países.
  • Paulo Coelho entrou para o Guiness Book como o autor vivo mais traduzido da história.
  • E ele não figurou apenas uma vez no Guiness. Em 9 de Outubro 2003, durante a Feira do Livro de Frankfurt, Paulo Coelho tornou-se o autor que mais assinou livros em edições diferentes.
  • Seus livros foram traduzidos para 69 línguas e editado em mais de 150 países.
  • Em 2016, Paulo Coelho atingiu uma marca inimaginável no universo literário: ele chegou à 400ª semana figurando na lista dos livros mais vendidos, do New York Times. Se você está calculando quanto tempo é tudo isso, são pouco mais de sete anos e meio.
  • Madonna e Julia Roberts já declaram que “O Alquimista” é o livro favorito delas.
  • Umberto Eco elogiou “Veronika Decide Morrer” na revista alemã Focus.
  • Pertence ao Board do Instituto Shimon Peres para a Paz.
  • Paulo Coelho é Conselheiro Especial da UNESCO para “Diálogos interculturais e convergências espirituais” e membro da diretoria da Schwab Foundation for Social Entrepreneurship.
  • Mantém a Fundação Paulo Coelho, instituição sem fins lucrativos, financiada através dos direitos autorais do escritor, dedicada a ajudar jovens e pessoas da terceira idade.
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Algumas de suas obras

  • O Diário de um Mago, 1987;
  • O Alquimista, 1988;
  • Brida, 1990;
  • As Valkírias, 1992;
  • Na Margem do Rio Piedra - Sentei e Chorei, 1994;
  • O Monte Cinco, 1996;
  • Veronika Decide Morrer, 1998;
  • O Demônio e a Srta. Prym, 2000;
  • Onze Minutos, 2003;
  • O Zahir, 2005;
  • A Bruxa de Portobello, 2006;
  • O Vencedor Está Só, 2008;
  • O Aleph, 2010;
  • Manuscrito Encontrado em Accra, 2012;
  • Adultério, 2014;

Alguns prêmios e condecorações

  • Knight of Arts and Letters (França, 1996);
  • Flaiano International Award (Itália, 1996);
  • Super Grinzane Cavour Book Award (Itália, 1996);
  • Golden Book (Iugoslávia, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2004);
  • Finalist for the International IMPAC Literary Award (Irlanda, 1997 e 2000);
  • Comendador de Ordem do Rio Branco (Brasil, 1998);
  • Crystal Award – World Economic Forum (1999);
  • Golden Medal of Galicia (Espanha, 1999);
  • Chevalier de l’Ordre National de la Legion d’Honneur (França, 1999);
  • Crystal Mirror Award (Polônia, 2000);
  • Premio Fregene de Literatura (Itália, 2001);
  • Premio Bambi de Personalidade Cultural do Ano (Alemanha, 2001);
  • Club of Budapest Planetary Arts Award 2002 as a recognition of his literary work (Alemanha, 2002);
  • Best Fiction Corine International Award 2002 for The Alchemist (Alemanha, 2002);
  • Golden Bestseller Prize from the largest circulation daily “ Veèernje Novosti” (Sérvia, 2004);
  • Ex Libris Award for Eleven Minutes (Sérvia, 2004);
  • Nielsen Gold Book Award for The Alchemist (Reino Unido, 2004);
  • Order of St. Sophia for contribution to revival of science and culture (Ucrânia, 2004);
  • Order of Honour of Ukraine (Ucrânia, 2004);
  • The Budapest Prize (Hungria, 2005);
  • Goldene Feder Award (Alemanha, 2005);
  •  Direct Group International Author Award (2005);
  • Elle - Melhor escritor Internacional Espanha 2008;
  • Distinction of Honour from the City of Odense (Hans Christian Andersen Award) (Dinamarca 2007);
  • EMPiK's Ace for The Witch of Portobello. The award for the best selling book in the foreign literature during 2007 (Polônia);
  • Las Pergolas Prize 2006 by the Association of Mexican Booksellers (ALMAC) (Mexico 2006);
  • Platin Book Award for "The Zahir" by Austria’s book sellers (Austria 2006);
  • "Cruz do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek" (Brasil 2006);
  • “I Premio Álava en el Corazón" (Espanha, 2006);
  • “Wilbur Award” (Estados Unidos, 2006);
  • Premio Kiklop pelo O Zahir na categoria “Hit of the Year” (Croácia, 2006).

Lygia Fagundes Telles

A última grande escritora homenageada, no texto de hoje, já recebeu o Prêmio Camões, o mais importante da literatura de língua portuguesa, no ano de 2005. Aos 92 anos, foi a primeira mulher brasileira indicada para receber o prêmio Nobel de Literatura. Além disso, em 1985, tornou-se a terceira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira n.º 16, no dia 12 de maio de 1987 e ainda foi eleita para a Academia das Ciências de Lisboa.


Essa pequena introdução, com alguns dos momentos mais marcante dessa brilhante carreira literária é só para que você compreenda a grandeza de Lygia de Azevedo Fagundes, ou, popularmente conhecida como Lygia Fagundes Telles.


Lygia é tão brilhante que a sua carreira na literatura começou bem cedo, aos 15 anos mais precisamente. A autora nasceu em 1923, no dia 19 de abril, na cidade de São Paulo e já em 1938, com ajuda financeira de seu pai, publicou “Porão e Sobrado”, seu primeiro livro de contos.


A infância de Lygia foi vivida pelos interiores de São Paulo, seu retorno à capital foi na adolescência, quando Lygia ingressa na faculdade de Educação Física, com 17 anos. Quem imaginaria que uma das principais escritoras brasileiras optou por um curso, um tanto quanto “não literário”. Mas isso não foi tudo, um ano depois ela iniciou um segundo curso superior, dessa vez na na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco.


Apesar da escolha dos cursos, era a literatura que corria nas veias da jovem estudante. Em sua época de graduação, Lygia Fagundes Telles contribuiu para os jornais “Arcádia” e “A Balança”. Os dois impressos eram vinculados à Academia de Letras da Faculdade. 


E sabe como é, né? É na época de faculdade que acontecem aqueles contatos que podem mudar sua vida acadêmica e profissional. Lygia costumava frequentar os lugares onde se encontravam os literatos da época, foi assim que ela conheceu Mario e Oswald de Andrade.


Lygia Facundes Telles faleceu no dia 03/04/2022.

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Carreira literária de Lygia Fagundes Telles

Lembra que alguns parágrafos acima, eu afirmei que Lygia deu início logo cedo a sua carreira? Pois bem, a autora não concorda muito com essa afirmação. Segundo a própria, suas publicações na adolescência eram imaturas, muito juvenis. Esses grandes autores têm uma cobrança exagerada sobre eles mesmo, não é?


Digamos, então, que a
carreira oficial de Lygia tenha começado em 1944, com a obra “Praia viva”, mais uma publicação de contos. Agora, um fato para os noveleiros de plantão: em 54, Lygia publica “Ciranda de Pedra”, uma obra literária que ganhou uma versão televisiva na Rede Globo.


Já que estou falando de obras de destaque, vou falar de duas premiadas: em 1958, Lygia publica o livro “História do desencontro”, vencedor do Prêmio do Instituto Nacional do Livro. E, em 1963, é lançado o romance “Verão no aquário”, que recebeu o Prêmio Jabuti.


Curiosidade: Lygia Fagundes e o então marido, Paulo Emílio Salles Gomes, escreveram o roteiro para o filme Capitu, de 1967. O filme recebeu o Prêmio Candango de Melhor Roteiro Cinematográfico.


Já que voltei a falar de premiações, uma constante na vida de Lygia, como você pode perceber, os anos 70 foram maravilhosos para a autora. 


O seu livro de contos “Antes do Baile Verde”, de 1970, recebeu o Prêmio Internacional de Escritoras, na França. E o livro “As Meninas”, de 73, um dos seus mais importantes romances, recebeu o Prêmio Jabuti, em 1974, e foi adaptado ao cinema em 1975, dirigido por Emiliano Ribeiro.


E para encerrar as premiações, vale ressaltar aqui: “Seminário dos Ratos”, de 77, recebeu o Prêmio PEN Clube do Brasil. “A Disciplina do Amor”, de 1980, recebeu o Prêmio Jabuti e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte.

Obras mais relevantes de Lygia Fagundes Telles

Contos:

  • Porão e sobrado (1938);
  • Antes do Baile Verde (1970);
  • Seminário dos Ratos (1977);
  • Mistérios (1981);
  • Invenção e Memória (2000).

Romances:

  • Ciranda de Pedra (1954);
  • Verão no Aquário (1964);
  • As Meninas (1973);
  • As horas nuas (1989).


No texto de hoje, resolvi focar em apenas três grandes autores, mas viu que tamanha importância e currículos eles possuem? Poderíamos ficar aqui dias e dias só divagando sobre as obras de Quintana, Paulo e Lygia. Mas melhor deixarmos para uma outra oportunidade.


Agora me conta aqui, quais desses autores você curte mais ou qual você vai dedicar um tempinho a mais de leitura, hein? Me conte aqui nos comentários e até o próximo texto!

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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