A cultura africana é imensamente rica, contribuiu e contribui muito para a cultura mundial. Um dos maiores exemplos é a expressão artística
afrofuturismo. Para celebrar o tema, falaremos hoje no blog sobre
Octavia E. Butler, condecorada como rainha do movimento. Você já ouviu falar sobre ela?
É fato que o
racismo e o machismo estão enraizados na sociedade mundial. Uma das formas de combater esses dois males é discutindo e conhecendo as suas pautas, principalmente de quem possui lugar de fala. Dessa forma, não reproduzimos alguns comportamentos tóxicos e ultrapassados.
Se você quer
sair um pouco da sua bolha habitual e se degustar ainda mais com a literatura africana, convido você a saber mais sobre o movimento afrofuturismo e também sobre a escritora e ativista Octavia E. Butler.
Vamos lá?
Antes de tudo, o que é o movimento afrofuturismo?
Antes mesmo de demonstrar as principais obras de Butler, que tal saber o que é o movimento afrofuturismo?
O afrofuturismo é um movimento cultural, social e político, cuja produção promove o encontro entre ficção científica, tecnologia, realismo fantástico, ancestralidade, mitologia e diáspora africana negra.
Essas
narrativas da ficção especulativa permitem imaginar novos futuros para a população negra, reelaborar o passado — que historicamente é de desconexão com o continente africano e suas narrativas, perdidas no tempo e nas correntes da escravidão — ou fabular o presente.
Um dos grandes exemplos recentes de arte visual que usou bastante o afrofuturismo é o filme
“Pantera Negra”, que utiliza da ficção científica, realismo e outros aspectos para apresentar o mundo de Wakanda.
Quem é e qual a história de Octavia E. Butler?
Butler é uma
escritora afro-americana extremamente consagrada por conter uma literatura antirracista e também feminista. Seu nascimento ocorreu na cidade de Pasadena, na Califórnia, lá em 1947.
Octavia Butler decidiu tornar-se escritora aos doze anos ao assistir ao filme Devil Girl from Mars e convencendo-se de que poderia escrever uma história melhor. A sua primeira história comercializada foi "Child Finder", escrita durante a década de 1970.
Sua ascensão começou a acontecer a partir da década de 1980, quando seu conto "Speech Sounds" ganhou o prêmio Hugo de Melhor Conto e "Bloodchild" ganhou os prêmios Hugo, Locus e o prêmio Science Fiction Chronicle Reader de melhor Novelette.
Durante a sua trajetória,
mais de 20 obras foram publicadas, incluindo romances, séries e coletâneas de contos. Dentre todos, destaca-se o livro “Kindred” lançado em 1979, seu livro mais vendido.
Butler faleceu em 2006, aos 58 anos. No entanto,
o seu legado será eterno. Um dos grandes exemplos é a bolsa de estudos “Octavia Butler", criada para incentivar estudantes negros inscritos nas oficinas de escrita onde a autora foi aluna e, mais tarde, professora.
Quais são as suas principais obras?
Abaixo, reuni as 4 principais obras de Butler. Não deixe de incluí-las na sua lista de leituras. Confira:
1 - A Parábola do Semeador
Quando uma crise ambiental e econômica leva ao caos social, nem mesmo os bairros murados estão seguros. Em uma noite de fogo e morte, Lauren Olamina, a jovem filha de um pastor, perde tudo e se aventura por um Estados Unidos dominado pela violência e pelo terror.
Mas o que começa como uma fuga pela sobrevivência acaba levando a algo muito maior: uma surpreendente visão do destino humano e ao nascimento de uma nova fé. Com sua narrativa distópica, interligada a elementos de ficção científica, adentramos num mundo caótico, sem lei, sem autoridade, destruído e devastado por mãos humanas.
2 - Kindred: Laços de Sangue
Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça.
Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela voltou a seu novo apartamento, completamente encharcada
Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.
3 - A Parábola dos Talentos
Lauren Olamina está casada e acaba de ter uma filha em Bolota, a comunidade que construiu com outras pessoas que haviam perdido tudo. Nos últimos cinco anos sua religião Semente da Terra cresceu e se desenvolveu com a comunidade.
O país, porém, começa a passar por uma preocupante mudança. O candidato à presidência Andrew Steele Jarret está ganhando popularidade com a promessa de “tornar a América grande novamente” em um retorno aos valores tradicionais e cristãos.
Para seus fanáticos seguidores, isso exige o fim da tolerância religiosa e de qualquer equidade racial ou de gênero – e estão dispostos a impor sua doutrina com violência. A segurança da pequena comunidade e da família nascente de Olamina nunca foi garantida. “Deus é mudança”, mas eles sobreviverão a mais uma?
4 - Ritos de Passagem
Nessa sequência de Despertar, Lilith Iyapo deu à luz ao que parece um menino saudável de nome Akin. Porém, Akin tem, na verdade, cinco pais: um homem e uma mulher, um Oankali macho e uma fêmea, e um Ooloi.
Os Oankali e os Ooloi são parte de uma raça alienígena que resgatou a humanidade de uma devastadora guerra nuclear. Mas o preço a ser pago a eles é alto, uma vez que os alienígenas são obrigados a unir seu material genético com o de outras raças, alterando drasticamente ambos no processo.
Nesse planeta Terra em reabilitação, essa “nova” raça está emergindo através da mistura de humano/Oankali/Ooloi, mas há também humanos “puros” que escolhem resistir aos alienígenas e a salvação que oferecem.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre Octavia E. Butler e também sobre o afrofuturismo? Então, quero apresentar o meu romance autoral “Lucas”.
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