Livros censurados. O que você imagina de uma obra literária quando ela é proibida de circular, de ser vendida? Qual o tipo de conteúdo pode ser tão ofensivo, repugnante a ponto de ser vetado de circular? O que torna uma arte indigna de apreciação?
A censura é um tema sempre polêmico e, por diversas vezes, as razões para a tentativa ou instauração da mesma são bem hipócritas. Digo isso porque inúmeras vezes a censura é arma de um determinado grupo que sentiu seus valores, princípios atingidos e desejam impor a sua vontade.
É muito complicado julgarmos os valores do outro, por isso, o parágrafo acima não é uma crítica específica a nenhum caso, mas uma referência às diversas situações. E os livros não escapam dessa polêmica.
Inúmeros livros já foram, são e serão censurados por outros inúmeros motivos. E, hoje, até em caráter de curiosidade, trouxe um apanhado de livros bem conhecidos pelo grande público e que foram censurados, em algum momento e em algum lugar.
Você vai ver o quão curiosa é essa lista! Boa leitura!
Livros censurados e seus motivos
Motivos para censurar um livro existem aos montes. Se são plausíveis é uma outra história. Em muitos casos, a alegação é de uma obra ir contra os costumes de uma religião majoritária em determinado país, escrita com muitos termos pejorativos e linguagem chula etc. Houve épocas em que as obras eram censuradas por motivos puramente políticos.
Bem, como não cabe a mim fazer os julgamentos, vou listar as obras e os motivos - quando houverem.
Ser um dos principais nomes da ficção científica tem seu preço. Por diversas vezes, o mais caro é ser incompreendido.
Veja se você consegue entender:
1984 foi censurado nos Estados Unidos sob a alegação de ser uma propaganda, um incentivo ao comunismo.
Porém, em meio à Guerra Fria, foi banido da União Soviética de Stálin, por criticar governos totalitários.
Fahrenheit 451 (Ray Bradbury)
É até cômico - além de trágico - um livro que trata da queima de livros ser censurado. A obra de
Ray Bradbury foi censurada em alguns países por motivos, digamos assim, bem distante da temática do livro.
Alguns governos resolveram barrar
Fahrenheit 451 sob a acusação de que o livro incentivava o uso de drogas e a violência.
Ah! Sobre a queima de livros relatada na história, Ray chegou a afirmar em entrevistas que isso não era um simbolismo à censura, mas sim como os meios de comunicação em massa - TV - estavam destruindo o hábito da leitura.
Feliz Ano Novo (José Rubem Fonseca)
O governo militar brasileiro foi um dos grandes censuradores e, aqui entram as justificativas que a gente pode resumir em “acredite se quiser”.
Feliz Ano Novo foi publicado em 1975 e, um ano depois, já estava sendo recolhido pelo Departamento de Polícia Federal sob a alegação de ser uma ameaça à moral e aos bons costumes da família brasileira.
O Crime do Padre Amaro (Eça de Queirós)
O ano era 1875, em Portugal. Eça resolve criar um frisson nas salas de aula de Portugal.
O Crime do Padre Amaro conta a história de um padre que se apaixona. Bem, pode não parecer muito, mas foi o suficiente para colocar toda a Igreja Católica Portuguesa ensandecida.
A obra de Eça foi banida das salas de aulas portuguesas.
Lolita (Vladimir Nabokov)
“O livro mais sujo que já li”, assim classificou o editor John Gordon, do Sunday Times, em 1955. Bem, a história, como muitos conhecem, é sobre um professor de meia idade que se apaixona por uma garotinha - sua enteada - de 12 anos.
Países como Brasil, França, Inglaterra, Nova Zelândia e Argentina não só proibiram o livro como o retiraram de todas as prateleiras.
Um dos livros mais lidos no mundo inteiro, considerado uma das mais importantes obras da literatura latino-americana, também teve seus percalços com a censura. Inclusive no seu país de origem.
Rússia, Irã e Kuwait censuraram
Cem Anos por conter “cenas com apelo sexual demasiado”. A obra de García Márquez chegou a ser censurada na Colômbia, mas após o autor vencer o Prêmio Nobel de Literatura, em 1982, o veto foi derrubado.
O que um bruxinho tão simpático e gente boa pode ter feito de errado para sofrer com a censura? Bem, aí cada um sabe de si e julga conforme seus valores, mas até instituições conservadoras do Brasil e Estado Unidos protestaram contra a obra de Rowling.
O porquê dessas instituições reclamarem não faz tanto sentido quanto à reclamação dos Emirados Árabes, que
acusavam a série de incentivar a bruxaria. Aí, você já viu como é tensa a divergência religiosa, não é mesmo? Mas eu me pergunto se realmente, algum conservador do e no Brasil tem razão em criticar a obra por “incentivo à bruxaria”.
As vantagens de ser invisível (Stephen Chbosky)
Já que entramos no debate da intolerância em forma de censura, nos Estados Unidos foram capazes de censurar a obra de Chbosky só porque
o livro fala abertamente sobre homossexualidade e drogas.
Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll)
Mais uma justificativa um tanto quanto estranha vem da China.
A obra de Lewis Carrol foi banida do país só porque na obra
os animais possuem as mesmas qualidades dos homens e estão em um mesmo nível hierárquico. Que coisa, não? Essa é uma das justificativas mais aleatórias, na minha opinião. Obviamente, sustenta-se pelos costumes chineses.
Cinquenta Tons de Cinza (E. L. James)
Parece que o erotismo e a sexualidade não têm muitos adeptos na literatura, porque toda obra que abusa um pouco mais acaba aumentando essa lista.
Foram muitos países, inclusive cidades no Brasil, que censuraram a série de E.L. James alegando um
erotismo exacerbado e indo contra a moral e os costumes.
O Diário de Anne Frank (Anne Frank)
O Diário não chegou a ser banido dos Estados Unidos, mas constantemente, em alguns estados mais conservadores, as escolas recebem pedidos para que a obra não seja aceita em sala de aula.
As alegações dos pais vão desde
os horrores da Guerra narrados na obra, como também a preocupação com trechos que falam abertamente ou referem-se à sexualidade e homossexualidade. Muitas dessas escolas acabam acatando o pedido dos pais e censurando o livro.
Como você pode ver, motivos para censurar livros não faltam. Faz sentido? Aí já é outra história, por isso, vamos aproveitar a nossa liberdade literária e curtir quantos livros pudermos, da melhor maneira, no nosso ritmo, o importante é estar sempre em contato com a leitura.
Antes de encerrar, já que falei de tantas obras, quero lhe fazer um convite mais que especial. Quero que você conheça o meu livro - e que ele nunca faça parte desta lista!-.
Em
Lucas: a Esperança do Último, apenas 2% da população mundial sobreviveu à Grande Extinção. Estamos em 2042 e Lucas acredita que somente ele e seu gato Félix sobreviveram. Mas algo acontece e ele passa a acreditar que ainda pode encontrar a sua família, para isso, terá de sair em uma jornada de vida ou morte.
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